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Alta letalidade da PM baiana tem repercussão no Brasil e no mundo; autoridades debatem modelo de enfrentamento à violência

Em oito dias, operações da Polícia Militar da Bahia (PMBA) deixaram 33 mortos em quatro cidades baianas

Por Lucas Pereira

Alta letalidade da PM baiana tem repercussão no Brasil e no mundo; autoridades debatem modelo de enfrentamento à violênciadivulgação
A alta letalidade das ações da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) chamou a atenção de autoridades nacionais e internacionais. Conforme divulgado pelo Aratu On, entre os dias 31 de julho e 4 de agosto, operações policiais deixaram mortos em quatro cidades baianas: Salvador, Itatim, Itamarajú e Jauá.
Em nota, o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU pediu que as autoridades brasileiras conduzam uma investigação independente, imparcial e profunda em três estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. A porta-voz do Alto Comissariado, Marta Hurtado, disse que o órgão está preocupado e exigiu implicação dos responsáveis.
O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), Silvio Almeida, afirmou que os dados da PM baiana não são compatíveis com "um país que se pretende democrático e em consonância com os Direitos Humanos". Almeida determinou que a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos acompanhe a apuração do caso e ouça as autoridades e a sociedade civil.
GOVERNO, SSP E PM
Por sua vez, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) utilizou as redes sociais para afirmar que conversou com o ministro Silvio Almeida e que haverá investigação para punir "eventual excesso" durante as ações da PM.

Em entrevista ao programa QVP, da TV Aratu, desta segunda-feira (7/8), o secretário de Segurança Pública (SSP-BA), Marcelo Werner, comentou sobre os números de mortes registradas em ações das forças de segurança e qual o objetivo da SSP em operações policiais:
“Lógico que a gente tem, dentro da política de segurança pública, a preservação de vidas. A gente, cada vez mais, vem realizando ações para diminuir a violência no nosso estado. Este ano, já tivemos mais de 3 mil armas apreendidas, sendo 37 fuzis. A gente vem capacitando cada vez mais os nossos policiais para esse enfrentamento. Mas a gente entende que, cada vez mais, não só capacitar, mas trabalhar com ações de inteligência”.

No último dia 31 de julho, o tenente-coronel da PM baiana Marcelo Pitta comentou sobre as mortes em operações daquele final de semana, com sete mortos em Jauá, no dia 28 de julho, uma morte em Itamarajú, no dia 29; e outros oito mortos em Itatim, no dia 30. De acordo com o coronel, a corporação têm investido no trabalho de inteligência policial, buscando identificar, desarticular e “tirar de circulação pessoas envolvidas com o crime”.
CÂMERAS NO FARDAMENTO
Uma das alternativas apontadas por políticos e especialistas para a investigação das ações da segurança pública do estado é o uso de câmeras no fardamento dos policiais. Segundo o titular da SSP, o tema, que já se arrasta por alguns anos, está perto de um desfecho. Werner afirmou, em entrevista ao Aratu On, que a empresa responsável pela implementação do sistema foi escolhida e que segue os trâmites de contratação. A previsão é que as câmeras comecem a ser usadas até o final do ano.
https://youtu.be/FmOHcpTXS5E
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