Dupla que atacou baiana no Pelourinho será processada; "não aceito as desculpas. Na hora da esculhambação, ele fez"

Os cariocas Ludvick Rego e Pedro Sousa, acusados de xenofobia nas redes sociais após atacar uma baiana, serão processados. A informação foi confirmada pelo advogado da trabalhadora nesta terça-feira (16/11), Marcos Alan Brito. No programa Cidade Aratu, da TV Aratu, Eliane de Jesus deu sua versão sobre o caso.

"[No momento], meus amigos chamaram eles, que deram as costas. Depois fizeram isso [de publicar]. Eu soube pelas redes sociais e algumas pessoas vieram me falar isso", disse Eliane. Ludvick e Pedro estavam no bairro do Pelourinho, em Salvador, e criticaram a baiana, que estava com o traje associado às religiões de matrizes africanas.

"Tem uma baiana ali, viu? Vai roubar seu axé, seu colar. Olha se ela tem cara de macumbeira?", diz Ludvick Rego. O outro, que faz a filmagem, troca a câmera para a traseira e diz. "Essa é a baiana, gata. Ela é o que, irmã?", pergunta. Após a repercussão negativa, ambos voltaram às redes sociais e pediram desculpas pelo acontecido. 

Turistas são acusados de xenofobia ao chamarem baiana de preguiçosa; "vai roubar seu axé". Confira: https://t.co/CmN0iNxHRR pic.twitter.com/DIFtCpGeJI

— Aratu On (de 🏠) (@aratuonline) November 15, 2021

"Ele falou uma mentira [sobre roubar axé]. Ele comprou aquele colar 'na mão' dos meninos aqui do Pelourinho. Isso de roubar axé não existe. Ele que falou as merd** dele e eu não aceito as desculpas deles. Ele não pediu desculpa a mim, mas ao pessoal de Salvador, aos baianos. Na hora de fazer a esculhambação, ele fez", destacou a trabalhadora. 

O caso será levado à Polícia Civil. "Verificamos no vídeo foi uma situação que imacula imagem e honra da nossa cliente. Ali existe racismo, injúria, difamação e calúnia. Vamos verificar, fazer a queixa na delegacia e entrar com as ações cabíveis [...] O pedido de desculpas é cabível em determinadas situações. Primeiro lugar, aparentemente, o pedido não foi feito para ela. Nesse momento, ela declarou não reconhecer", determinou o advogado.

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