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Mascára, pra quê te quero? O Aratu On Explica se já é hora de aposentar o acessório

Em ambientes fechados, como ônibus, cinemas, lojas e escolas, a determinação segue sendo a do uso de máscara.

Por Da Redação

Mascára, pra quê te quero? O Aratu On Explica se já é hora de aposentar o acessórioilustrativa/Pexels


Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Seguro, e até Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador, já retiraram a obrigatoriedade do uso das máscaras em locais aberto. Até esta quinta-feira (16/3), tanto Salvador quanto os decretos do estado da Bahia ainda exigem o uso do acessório, mas o presidente Jair Bolsonaro (PL) já informou, em visita à capital baiana, que pretende retirar a obrigatoriedade até o fim deste mês. O Aratu On resolveu entender o que está por trás dessas medidas.


CONSUMO


Primeiro, é preciso falar da pressão econômica. A pandemia e suas medidas de restrição fizeram com que o consumo das famílias despencasse e, com o desequilíbrio dessa balança, a inflação que já vinha subindo alcançou níveis ainda maiores. Voltar a ver as pessoas sem as máscaras pode exercer, psicologicamente, a volta da sensação de tranquilidade, como se "tudo voltasse ao que era antes", e, sem essa sensação de medo contínuo do vírus, os compradores voltem a sair de casa e a consumir como antigamente.


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VACINA


O ponto mais usado como justificativa pela cidades, entretanto, é o do avanço da vacinação. Conforme o boletim divulgado pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), temos 11.413.080 pessoas vacinadas com a primeira dose, 10.444.500 com a segunda dose ou dose única e 4.310.781 com a dose de reforço - são 75% da população com ao menos uma dose e quase 30% com o esquema vacinal completo.


Apesar da vacina não ser a cura para a Covid-19, a imunização da população comprovou que funciona com as quedas no número de casos e principalmente no número de mortes causadas pela doença. Essa seria uma justificativa plausível se não fossem as variantes que surgem a todo instante, fazendo o vírus sofrer mutações que podem torná-lo imune as vacinas ou mais mortais.


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LOCAIS


Os decretos com essa flexibilização do equipamento, até o fechamento desta matéria, indicavam apenas a não obrigação da máscara em locais abertos, como praias e parques. Desde o começo da pandemia foi comprovado que nesse tipo de espaço, que tem maior circulação de ar, a contaminação diminui considerávelmente.


Em ambientes fechados, como ônibus, cinemas, lojas e escolas, a determinação segue sendo a do uso de máscara.


CIÊNCIA


O neurocientista Miguel Nicolelis, um dos grandes nomes da ciência brasileira, já deixou claro que não acha que seja hora aposentar as máscaras. "Remover máscaras e tentar mascarar a verdade, seja sobre o estado real da pandemia no Brasil e no mundo, ou tentar confundir a sociedade com a falsa dicotomia epidemia x endemia é literalmente atentar contra a saúde e bem-estar de dezenas de milhões de brasileiros", escreveu, no twitter.


Para o pesquisador, a retirada das máscaras e a sensação de "tudo voltar ao noemal" são jogadas políticas. "Ignore gestores que apenas jogam para a torcida num ano eleitoral. Pelo seu bem e pelo bem dos seus familiares e da sociedade como um todo, mantenha o uso das máscaras, evite ao máximo aglomerações, vacine-se e não ceda a tentação de achar q o normal voltou só pq alguns 'experts' apoiados por gestores incompetentes/irresponsáveis e uma mídia que se rendeu ao poder dos 'cliques e likes' assim decretaram. O preço desta rendição incondicional é caro demais: a qualidade da sua vida futura - ou a falta dela - está em jogo. Use máscaras e diga não ao absurdo", aconselhou.


"Não acredite de forma alguma nos arautos do otimismo que pregam aos quatro ventos que a pandemia acabou ou esta por acabar. Ninguém pode afirmar isso com certeza. Esta narrativa perversa e irresponsável continua levando a mais mortes e a mais casos crônicos de COVID", criticou.





Até o momento, os decretos publicados dizem apenas "não é obrigatório o uso de máscara", ou seja, também não é obrigatório tirá-la - ficando a cargo de cada cidadão.


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