Coordenadora de laboratório da UFBA que sofreu incêndio desabafa: "Perda irreparável para a sociedade"
Segundo a professora, só em equipamentos, o prejuízo passa de R$ 1 milhão
Os especialistas, professores e alunos ainda contabilizam as perdas ocasionadas pelo incêndio que aconteceu na madrugada do último domingo (26/6) em dois laboratórios do Instituto de Ciência (ICS) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no bairro do Canela, em Salvador.
Tudo aconteceu por volta das 3h de domingo. Os vigilantes que trabalham no prédio do ICS ouviram uma explosão e correram para verificar o que tinha acontecido. Ao chegar ao quinto andar, encontraram o Laboratório de Bioquímica, Biotecnologia e Bioprodutos (LBBB) em chamas. O fogo começou, segundo as testemunhas, na sala 511 e já avançava para a 512. Os bombeiros, a direção da unidade e professores foram acionados às pressas.
A sala 511 do laboratório foi totalmente destruída pelo fogo e a 512 de modo parcial.
Hoje pela manhã, a equipe da Tv Aratu esteve no local e conversou com uma das responsáveis pela instalação do laboratório, Luzimar Gonzaga Fernandez, pesquisadora e coordenadora do LBB.
Emocionada, ela conta que o fogo se espalhou rápido pelo local, situado no quinto andar do prédio. Mas também de maneira ágil foi contido pelo Corpo de Bombeiros. "Enquanto estávamos em frente ao laboratório muitas pessoas prestavam solidariedade à pesquisadora responsável pelo laboratório. Alguns alunos também seguem na expectativa do que vai acontecer", reatou.
O local ainda apresentava um cheiro forte de queimado, além de fuligem e alguns equipamentos carbonizados que se encontram no laboratório até o momento.
Também estiveram no local peritos da Polícia Federal, que ainda apuram as causas do incêndio.
Segundo a professora, só em equipamentos, o prejuízo passa de R$ 1 milhão. O material que não foi atingido foi realocado, mas ainda não há previsão de quando as atividades poderão ser reestabelecidas.
Fernandez conta que havia diversos trabalhos de pesquisas de espécies de plantas importantes para o semiárido e para a região de mangue, melhoramento da mamona e do pinhão-manso para plantio, além do estudo de plantas usadas para fabricação de medicamentos e melhoramento genético.
Perguntada se um sistema automático de esguicho de água em caso de incêndio, que não existira no laboratório, poderia ter evitado o acidente, a professora disse que o prédio é antigo e que, portanto, não há este sistema. Ela ainda explica que nem todos os incêndios podem ser combatidos com água porque “alguns produtos e substâncias químicas quando recebem água podem gerar explosão”.
O laboratório foi criado em 2007. A equipe que usava o espaço é composta por quatro professores e 26 estudantes, a maioria alunos de mestrado e doutorado, além de egressos que retornavam para fazer estudos no local. “Esse incidente vai atrasar muito a pesquisa porque estamos impossibilitados de fazer qualquer outro tipo de experimento a partir de agora, porque os equipamentos foram destruídos”, contou coordenadora do laboratório, que, conforme ela, tinha equipamentos de última geração.
Apesar do susto, ninguém ficou ferido, e a estrutura em volta do laboratório também não foi atingida. As aulas foram suspensas nas salas do quinto andar, mas seguem o cronograma normal nos andares inferiores. Essa é a terceira vez em 13 anos que um laboratório da UFBA tem prejuízos e instalações prejudicadas por conta de incêndios.
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— Aratu On (@aratuonline) June 29, 2022
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