Linha de Frente: Marcelo Lyra, vice-presidente da Acelen, fala sobre investimentos em energias renováveis na Bahia
A principal aposta será em diesel renovável e querosene de aviação sustentável, produzidos por meio do hidrotratamento de óleos vegetais e gordura animal
A Acelen, empresa de energia que acaba de completar um ano de existência, prevê investir mais de R$ 12 bilhões nos próximos 10 anos na produção de combustíveis renováveis. O plano foi assinado em abril entre a empresa e o Governo da Bahia, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Nesta terça-feira, (9/5), Marcelo Lyra, vice-presidente de comunicação da empresa, visitou a sede do Grupo Aratu. Na oportunidade, ele foi recebido pela diretoria da empresa e conheceu as instalações da sede, localizada no bairro da Federação.
Segundo Lyra, a expectativa é produzir 1 bilhão de litros de combustíveis renováveis por ano, movimentar R$ 85 bilhões na economia, contribuir para geração de 90 mil empregos diretos e indiretos e reduzir em até 80% as emissões de CO2, com a substituição do combustível fóssil, o que deve tornar a empresa uma das maiores produtoras de combustíveis renováveis do mundo.
Em entrevista ao jornalista Pablo Reis, apresentador do Linha de Frente, espaço de debates do Grupo Aratu sobre os temas mais relevantes para a sociedade, ele disse que o papel da Acelen é gerar energia com menos impacto ambiental. "Investimos bastante. No ano passado, investimos R$ 1,1 bilhão de reais na evolução da produção, em modernização, e questões ambientais. Resultado: nós reduzimos o consumo de água em aproximadamente 8%. Isso equivale ao consumo de uma cidade de 8 mil habitantes".
Outra dúvida comum do cidadão, também abordada pelo Linha de Frente, é: por que o preço do gás oscila? Lyra explicou que, na verdade, essa mudança de preços está vinculada ao mercado internacional.
"Isso depende muito do mercado internacional. A nossa paridade de preço é com o mercado internacional. Para você ter ideia, o diesel, por exemplo, passou por uma redução de aproximadamente 30% no preço. Paulatinamente, semana a semana. Em algumas semanas, aumentou o preço, em outras, diminuiu. Só na última semana, caiu 8%. Mas, se você tiver uma tendência de preço do petróleo subindo, os combustíveis irão subir".
Agora, a principal aposta será em diesel renovável e querosene de aviação sustentável, produzidos por meio do hidrotratamento de óleos vegetais e gordura animal. A previsão é que a empresa inicie a produção no primeiro trimestre de 2026.
Na primeira fase do projeto, em sinergia com o potencial agrícola do Brasil, será usado o óleo de soja e matérias-primas complementares, que possuem o maior volume disponível e competitividade no país. Na segunda etapa, será usado óleo de macaúba, árvore nativa do Brasil, com alto potencial energético e ainda não explorada em escala comercial, e óleo do dendê, com previsão de início de plantio em 2025. O projeto prevê a atuação em uma área de 200 mil hectares, priorizando terras degradadas, o equivalente a 280 mil campos de futebol.
"O Brasil tem uma capacidade gigantesca na produção de biocombustível. O etanol é um biocombustível muito significativo e competitivo. Esse investimentos que nós anunciamos de R$ 12 bilhões vai produzir diesel renovável. Diesel renovável substitui o diesel fóssil. Se você tem um caminhão, por exemplo, pode substituir, que vai funcionar da mesma forma. É um produto igual, só que de origem renovável, fruto de óleo de soja, óleo de milho, e da macaúba. Com isso, nós vamos investir R$ 2,5 bilhões só em ciência e tecnologia. A gente vai trazer um centro de conhecimento de energia renovável aqui na Bahia com esse investimento".
O projeto foi estruturado para ter total sinergia com a refinaria de Mataripe, aproveitando a infraestrutura existente de utilidades, tancagem e logística. Será construída uma unidade de geração de hidrogênio sustentável, para o hidrotratamento dos combustíveis. A previsão é iniciar as obras já em janeiro de 2024.
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