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Servidores do Inep denunciam assédio e interferência no Enem às vésperas do exame: "crise sem precedentes; perseguição"

De acordo com os servidores, instituto vive uma "crise sem precedentes, com perseguição aos servidores, assédio moral, uso político-ideológico da instituição pelo MEC e falta de comando técnico no planejamento dos seus principais exames, avaliações e censos".

Por Da Redação

Servidores do Inep denunciam assédio e interferência no Enem às vésperas do exame: "crise sem precedentes; perseguição"Marcelo Casall Jr/Agência Brasil

Às vésperas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que terá o primeiro dia de provas neste domingo (21/11), servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) fizeram uma série de denúncias de assédio e interferência no Enem, contra a atual gestão do instituto.


O documento foi entregue pela Associação dos Servidores do Inep (Assinep) a diferentes comissões na Câmara dos Deputados, ao TCU (Tribunal de Contas da União), CGU (Controladoria-Geral da União) e à ouvidoria do Inep. 


De acordo com os servidores, instituto vive uma "crise sem precedentes, com perseguição aos servidores, assédio moral, uso político-ideológico da instituição pelo MEC e falta de comando técnico no planejamento dos seus principais

exames, avaliações e censos". As informações são do Uol. 


INTERFERÊNCIA NO ENEM


As denúncias apontam uma possível interferência nas provas do Enem. "O que se vê desde as eleições presidenciais de 2018 é uma diretriz do presidente da República para indução ideológica no exame, com críticas reiteradas a diversas questões", afirmam os servidores no documento.


O Assinep ainda aponta que há supostas interferências em outros exames de responsabilidade do órgão, como o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida).


"Infelizmente, há repetidos exemplos de situações que indicam aparente desconsideração imotivada dos fundamentos técnicos em favorecimento a medidas de apelo político ou ideológico, colocando em risco o atendimento às atribuições legais do instituto", diz o documento.


ASSÉDIO


A denúncia afirma que os servidores passaram por "procedimentos constrangedores", sobrecarga de trabalho, jornadas acima de oito horas diárias e atuação aos fins de semana, além de "clima de insatisfação e adoecimento", rotatividade de profissionais e "dificuldade de reter pessoal em virtude do aquecido mercado de tecnologia da informação", informa alguns trechos do Assinep.


O documento ainda destacou outras situações que ocorreram no instituto. "Desde situações macro como pronunciamentos públicos da Presidência da República e do Ministro de Estado da Educação, até no âmbito interno de gestão, há um aparente processo de silenciamento, criação de barreiras burocráticas, alongamento de processos e intervenções não fundamentadas de assessorias presidenciais sobre as áreas técnicas". Estes procedimentos, alguns com aparência de legalidade quando isolados, se acumulam para criar um clima organizacional de insegurança e de ataques à capacidade dos servidores de desempenharem as funções do Inep", informa a denúncia, conforme informações do G1.


No início do mês mais de 30 servidores do Inep assinaram pedido de exoneração de seus cargos. "Não se trata de posição ideológica ou de cunho sindical. A despeito das dificuldades relatadas, reafirmo o compromisso com a sociedade de manter empenho com as atividades técnicas relacionadas às metas institucionais estabelecidas em 2021", informaram em nota.


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