Alvo de operação, BDM tinha "grupo da disciplina" para promover "tribunal do tráfico" que vitimou músico Renatinho
Nesta terça, ao saber da operação policial, a mãe do músico comentou os cinco meses sem saber do paradeiro do filho.
A Polícia Civil detalhou, nesta terça-feira (26/4), a operação que resultou nas mortes de três suspeitos de tráfico em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. O grupo é investigado por homicídios ocorridos na região de Vila de Abrantes. O caso mais conhecido vitimou o percussionista Renato Santos Evangelista, o "Renatinho".
O grupo que age na região é da facção Bonde do Maluco - rival ao Comando Vermelho, que atua no bairro de Portão, onde o artista morava -. "Eles [investigados na operação desta terça] faziam como se fossem o grupo da disciplina. Nele, ordenavam as execuções de pessoas e temos corpos não encontrados", detalhou a delegada Danielle Monteiro.
Na ação desta quarta, batizada de "Disciplina", foram cumpridos 11 mandados e ocorreu uma prisão em flagrante. Na operação, três criminosos entraram em confronto com os policiais, foram atingidos, socorridos para unidades de saúde, mas não resistiram. Os nomes deles não foram divulgados por conta da Lei de Abuso de Autoridade.
"Eles eram investigados não só na morte de Renatinho, mas também em relação a um guarda municipal de Salvador. Investigações indicavam esses alvos como suspeitos. Isso refletiu em uma ação conjunta da Polícia Civil como um todo. Há indicativo claro de que eles têm envolvimento, inclusive os resistentes", ressaltou o delegado Yves Correia.
Renatinho estava trabalhando na região do "Mutirão", no final de novembro. Após o show, ele foi chamado por traficantes. "Chegou lá no 'Mutirão', os traficantes pegaram ele, como se ele fosse traficante de Portão. Ele era inocente, trabalhava com todos. Isso não está certo. Eles pegaram o menino e enterraram o corpo", disse um dos amigos de Renato, durante um protesto. Na segunda-feira, 29 de novembro, reportagem do Aratu On mostrou que os bandidos filmaram a execução da vítima. Ubiraci dos Santos, o "Bira" e o comparsa, "Peão", aparecem na imagem.
Nesta terça, ao saber da operação policial, a mãe do músico comentou os cinco meses sem saber do paradeiro do filho. "O que eu quero saber é onde está o corpo do meu filho, para dar o enterro que ele merece. Era um menino de família, trabalhador. A Justiça de Deus tarda, mas não falha. Eu espero que os presos contem onde está o corpo de Renatinho", disse Paula Santos.
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