Você sabe como funcionam os abrigos de guerra? Uma baiana vai explicar todos os detalhes!
Apesar de a Finlândia se mostrar pronta para proteger a população civil em caso de conflito, a expectativa, claro, é que todas essas alternativas não precisem ser utilizadas.
A invasão da Ucrânia por parte da Rússia, umas das maiores potências militares do mundo, ganhou os noticiários nos últimos dias. Medo, dor, bombas, tiros, histórias recheadas de tristeza, heroísmo, vergonha e covardia vieram à tona, receita já esperada em roteiros que envolvem violência, sangue e morte.
Os países do leste europeu, como os dois citados, têm histórico de conflitos, assim como alguns dos seus vizinhos. É o caso da Finlândia que, apesar de estar geograficamente localizada na parte norte do continente, faz fronteira com a Rússia, nação que já enfrentou militarmente em 1939 tendo, inclusive, perdido 10% do seu território, além de ter se visto obrigada a ceder 20% do seu parque industrial, com o objetivo de selar um tratado de paz.
Com o término do conflito, em 1940, os finlandeses se comprometeram a não firmar nenhuma aliança militar com o Ocidente. O fato é que, mais de 80 anos depois, eles analisam, junto com a Suécia, a possibilidade de fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que é uma aliança militar ocidental e intergovernamental, ou seja, administrada por vários países.
A entidade é, ainda, liderada pelos Estados Unidos, inimigo histórico dos russos, que veem com muitas ressalvas a possibilidade de países vizinhos permitirem, por exemplo, que os americanos estabeleçam bases em seus territórios. Esta foi a principal justificativa utilizada pelo governo russo para invadir a Ucrânia e, além disso, já fez com o país ameaçasse tanto finlandeses, quanto suecos.
O histórico clima bélico existente na Europa motivou alguns destes países a se planejarem para momentos de conflito e a criarem estruturas, os famosos “bunkers”, ou abrigos de guerra. Morando na Finlândia desde 2011, com breves períodos de passagem pela Bahia porque, nós sabemos, dendê faz falta, a jornalista Mônica Vasku visitou um destes locais. Eles possuem estoques dos mais variados itens, como remédios, materiais cirúrgicos, combustíveis e alimentos que poderiam manter toda a população, de 5,5 milhões de pessoas, por aproximadamente seis meses.
Vasku explica ainda que, atualmente, a Finlândia é o único país do continente europeu que tem esse tipo de estrutura. Além dos abrigos públicos, várias casas e prédios finlandeses possuem, em sua parte subterrânea, locais com portas antichamas, que dão acesso a uma espécie de “novo lar”, com banheiro, quartos e o básico para que a família possa sobreviver a momentos de crise.
O governo de Helsinque, capital do país, disponibiliza, ainda, um site na internet através do qual os cidadãos podem consultar os locais para onde cada pessoa deve se deslocar em caso de ataque. A busca, similar às feitas em sites de pesquisa, se baseia no seu endereço para indicar o abrigo mais próximo e seguro.
Apesar de a Finlândia se mostrar pronta para proteger a população civil em caso de conflito, a expectativa, claro, é que todas essas alternativas não precisem ser utilizadas.
“Estamos aqui, com estrutura, em caso de necessidade, o que deixa a gente um pouco mais calmo, mas com uma ameaça realmente acontecendo, e não se sabe qual vai ser o desfecho disso”, explica Vasku.
Que os líderes mundiais usem de toda a capacidade de negociação e todas as ferramentas de diplomacia possíveis para que, as cenas vistas na Ucrânia, não se transformem em um triste filme repetido. Sem vencedores, sem final feliz.
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