Bolsonaro veta nota do Exército sobre Pazuello; ex-ministro foi repreendido por participar de atos políticos

O Comando do Exército abriu, nesta segunda-feira (24/5), uma apuração disciplinar sobre a participação do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, em um ato político ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no último domingo (23). Porém, como Bolsonaro é chefe das Forças Armadas, por conta do cargo, ele proibiu a divulgação de qualquer nota do Exército sobre o procedimento aberto para investigar a conduta do ex-ministro.

Pazuello subiu no palanque sem máscara, como Bolsonaro, durante manifestação que provocou aglomeração em um momento crítico de pandemia de Covid-19 e será alvo de processo interno. Depois, o presidente visitou Quito, capital do Equador, onde voltou a usar a máscara. Segundo o Estadão, foi lá que ele soube, pela imprensa, que o Ministério da Defesa e o Comando do Exército divulgariam nota para explicar que Pazuello responderia a uma apuração disciplinar.

A decisão de abrir o processo foi tomada pelo comandante-geral do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, após ouvir todos os integrante do Alto Comando. Ainda de acordo com a reportagem, o presidente telefonou, então, para o ministro da Defesa, general Braga Netto, e deu a ordem de silêncio. O fato causou constrangimento entre os membros do Alto Comando do Exército, que resolveu tomar medidas contra Pazuello, um general da ativa, sem dar nenhuma explicação à opinião pública.

O Estadão apurou que Bolsonaro também ficou irritado com o vice-presidente Hamilton Mourão. Em entrevista, nesta segunda-feira, Mourão criticou Pazuello por ter comparecido à manifestação e lembrou que tanto o Estatuto Militar quanto o Regulamento Disciplinar do Exército proíbem a participação de oficiais da ativa em atos políticos.

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