O que esperar de Neto, Jerômimo e Roma neste domingo? Especialistas respondem
O equilíbrio de forças verificado entre os dois primeiros colocados nas pesquisas, mostram que o pleito na Bahia chegou com um panorama de indefinição e imprevisibilidade na reta final da campanha.
Neste domingo (2/10), mais de 156 milhões de brasileiros estão aptos a exercerem o seu direito de voto e devem comparecer às milhares de zonas eleitorais, espalhadas em todo o país para participar do primeiro turno do pleito, que tem como cargo eletivo principal, a Presidência da República.
Além do executivo federal, serão escolhidos, também, representantes do Senado, Câmara dos Deputados. Assembleias estaduais e governadores das 27 unidades federativas, incluindo o Distrito Federal.
Na Bahia, seis candidatos disputam a vaga de chefe do Palácio de Ondina. Na briga, estão ACM Neto (União Brasil), Giovani Damico (PCB), João Roma (PL), Jerônimo Rodrigues (PT), Kléber Rosa (PSOL) e Marcelo Millet (PCO).
De acordo com as pesquisas de intenções de votos veiculadas por diferentes institutos, ao longo do período de campanha, três candidatos se distanciaram dos demais na corrida pela vitória: Neto, Jerônimo e Roma.
Na ponta, o ex-prefeito de Salvador e o petista, que, antes da candidatura, exercia o cargo de titular da Secretaria Estadual de Educação, parecem ser os duelistas que vão decidir a disputa. Roma, porém, acredita em uma virada de última hora e na possibilidade de conseguir chegar ao segundo turno.
O equilíbrio de forças verificado entre os dois primeiros colocados nas pesquisas mostram que o pleito na Bahia chegou com um panorama de indefinição e imprevisibilidade na reta final da campanha.
Em entrevista concedida ao Aratu On, o doutor em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e cientista político, Cláudio André de Souza, observou que Jerônimo e Neto estão ancorados em alguns elementos que contribuem para o portfólio dos candidatos.
Segundo o especialista, a gestão muito bem avaliada do governador Rui Costa (PT) é um ponto positivo para o ex-secretário, que tem ao seu lado um cabo eleitoral com relativo prestígio entre o eleitorado.
Além disso, ele destaca a liderança do ex-presidente Lula e da força do PT, do ponto de vista da criação de uma base social ideológica no país, que reflete com grande intesidade entre os baianos.
Por outro lado, Cláudio André ratifica o equlíbrio do confronto, considerando que o ex-prefeito de Salvador também goza do reconhecimento favorável pelo mandato exercido na capital baiana.
"Ele saiu da Prefeitura muito bem avaliado, elegeu seu sucessor e tem, a partir das pesquisas, mostrado uma força política nesse campo de oposição ao PT, dentro de uma perspectiva de se colocar como independente, de não ter um alinhamento nacional", analisou.
O professor avaliou, ainda, que o não posicionamento de Neto em defesa de algum presidenciável é uma estratégia inteligente, porém arriscada, mas a sua força se deve ao fato de ele ter iniciado a sua campanha há mais tempo que o oponente.
"Desde que saiu da Prefeitura, ele veio construindo a sua pré-candidatura e isso o colocou em vantagem, diante de um cenário, no qual o PT escolheu um nome muito desconhecido", pontuou, considerando que Jerônimo Rodrigues não foi preparado para ser um sucessor natural de Rui Costa.
Outro especialista, o professor em Ciência Política da UFBA, Jorge Almeida, acredita, contudo, que a grande aceitação de Lula, junto ao eleitorado baiano, deixa Neto em uma situação bastante complicada.
"Se Jerônimo capitalizar cerca de dois terços do eleitorado de Lula, ele já vai chegar com 40%, fora o que ele possa ampliar. Do outro lado, Roma deve capitalizar o máximo dos votos que Bolsonaro tem", avaliou Almeida, acrescentando que, hoje, na Bahia, o fundador do PT teria 60% dos votos e o atual presidente, em torno de 20%.
Esse cenário fica claro, diante de uma tendêencia de queda apresentada pelo candidato do União Brasil nas pesquisas mais recentes. Essa movimentação mostra que para os especialistas, essa eleição pode avançar para um segundo turno, mas nada impede que seja definida neste domingo.
"Essa força de Lula, como a gente percebeu nas últimas eleições, apontaram que todas as vezes que o PT conseguiu uma candidatura a presidente, na Bahia, que teve acime de 60% [dos votos], eles conseguiram transferir votos e vencer as eleições no primeiro turno [...] Em 2018 tivemos um ponto fora da curva com Rui Costa tendo mais votos que Haddad", destacou.
Em um eventual segundo turno das duas esferas executivas, o ex-prefeito de Salvador, segundo Jorge Almeida, será obrigado a se posicionar de modo a obter apoio do eleitorado de Bolsonaro. "ACM Neto ficou esprimido! [...] Ele não podia apoiar Bolsonaro, porque seria um suicídio completo e não poderia apoiar Lula, que já tinha um candidato" .
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