Política

Onda bolsonarista põe PL como partido com maior número de candidatos das forças de segurança da Bahia

Ao todo, 19 legendas possuem candidaturas de policiais civil e militar, bombeiros ou militares reformados. Deste montante, 15 são filiados ao PL, que tem João Roma como candidato a governador

Por Matheus Caldas

Onda bolsonarista põe PL como partido com maior número de candidatos das forças de segurança da BahiaIsac Nóbrega/PR

A Bahia tem ao menos 71 agentes de segurança pública que se candidataram a algum cargo na eleição. A maior parte deles é filiada ao PL, partido do presidente Jair Bolsonaro. As informações foram extraídas pelo Aratu On a partir de dados disponíveis na plataforma DivulgaCand, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


Ao todo, 19 legendas possuem candidaturas de policiais civil e militar, bombeiros ou militares reformados. Deste montante, 15 são filiados ao PL, que tem João Roma como candidato a governador.


O número é mais que o dobro identificado no segundo colocado na lista, o Solidariedade, que possui sete postulantes. O terceiro colocado no ranking é o PSC, com seis.


Na sigla bolsonarista, estão alguns dos maiores apoiadores do presidente no estado, a exemplo do deputado estadual Capitão Alden, que tenta uma vaga na Câmara, e de André Porciúncula, ex-secretário de Fomento à Cultura de Bolsonaro, que também concorre a deputado federal. Outro militar famoso filiado ao PL é Coronel Sturaro, candidato a deputado estadual.


Fora do espectro bolsonarista, há também personalidades da segurança que são mais alinhadas à esquerda e chamam atenção nesta lista. É o caso do Avante, que tem o ex-comandante-geral da Polícia Militar do Governo Rui Costa, Anselmo Brandão, candidato à Câmara. 


Ex-chefe da Ronda Maria da Penha e derrotada nas urnas por Bruno Reis (União) na eleição para prefeita de Salvador, em 2020, Major Denice (PT) tenta se eleger deputada federal. 


Os candidatos de esquerda, no entanto, são apenas 14% dos nomes postos na disputa pelos diferentes cargos políticos desta eleição.


Para o cientista político Cláudio André, professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), este fenômeno acontece porque o bolsonarismo tem as camadas militares como uma das principais bases sociais. “Quando ele sai do PSL e adentra no PL, ele carrega o pessoal para esta base”, analisa, em entrevista ao Aratu On.


Segundo o especialista, este quadro se assevera num contexto em que, desde 2018, a oposição ao governador Rui Costa (PT) definiu a segurança pública como alvo principal das críticas. É o caso de ACM Neto (União), que detém na base a maioria dos partidos com candidatos com este perfil. “Como Neto sabe que Rui é muito bem avaliado, ele fatia os pontos mais fracos do governo dele, e enfatiza muito a pauta da segurança pública”, opina.


“Neto ter essas candidaturas na sua base é uma estratégia de ocupar esta discussão, de buscar voto também dos militares e de representar este interesse. É algo que se reverte em votos”, acrescenta.


DETALHAMENTO DOS CANDIDATOS AO GOVERNO?


Neto arremata 36 dos militares candidatos identificados pelo levantamento e incluídos em siglas da sua coligação. Mesmo amparado pelo bolsonarismo, Roma fica atrás do ex-prefeito de Salvador no quesito e concentra 21 destes nomes em partidos da sua base. Jerônimo Rodrigues (PT) possui 10. 

 

COMPARATIVO COM 2018


O número de candidatos das forças de segurança de Estado cresceu 92% em relação à última eleição geral. Há quatro anos, quando Bolsonaro foi eleito presidente, eram 37 candidatos na Bahia. O PL, que, à época, era da base de Rui Costa, não teve nenhum policial, militar reformado ou bombeiro.


Na visão de Cládio André, isto também se deve ao fim das coligações proporcionais, válida desde 2017. “Existe uma perspectiva também dos partidos de aumentar o número de candidaturas, e entre aquelas que podem conseguir voto. A gente sabe que, hoje, a pauta da segurança tem um apelo na Bahia, pelos problemas relacionados à segurança, e no cenário nacional por conta da força do bolsonarismo”, pontua.


NOMES FORA DA LISTA


O escopo de agentes de segurança pode ser ainda maior que os 71 levantados pela reportagem. Isto porque há, ao menos, três candidatos que são policiais, mas que não colocaram isto como ocupação. É o caso do candidato a governador, Kleber Rosa (PSOL), policial civil, mas com registro de candidatura como servidor público estadual.


O deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante) e o estadual Soldado Prisco (PSC) puseram os cargos políticos como ocupação atual.


VEJA A LISTA COMPLETA DO NÚMERO DE CANDIDATOS:

    • PL: 15

    • Solidariedade: 7

    • PSC: 6

    • Cidadania: 5

    • PMB: 4

    • PSB: 4

    • PTB: 4

    • Avante: 3

    • Patriota: 3

    • Podemos: 3

    • PP: 3

    • MDB: 2

    • PDT: 2

    • Pros: 2

    • Republicanos: 2

    • União Brasil: 2

    • DC: 1

    • PMN: 1

    • PT: 1


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