Presidente da Fundação Palmares diz que vai criar um "Museu da Vergonha" com obras "desviantes"
Mais de 300 livros do acervo da fundação, de autores como Antonio Gramsci, Caio Prado Jr., Celso Furtado, Eric Hobsbawm, Karl Marx, Max Weber e outros, seriam doados.
O presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo, informou, através de seu perfil no Twitter, que tem a intenção de criar um "Museu da Vergonha" com obras que considera "desviantes". Em mensagem publicada na rede social nesta quarta-feira (4/8), Camargo afirmou que não iria mais doar "livro marxistas e bandidólatras", como ansiava antes.
"Não quero mais que livros marxistas e bandidólatras sejam doados, embora nada tenham a ver com nossa missão (cultura). Para montar o Museu da Vergonha, na nova sede da instituição, precisarei dos livros vergonhosos e desviantes. Eles são o legado do passado sombrio da Palmares", escreveu, em um tuíte.
Não quero mais que livros marxistas e bandidólatras sejam doados, embora nada tenham a ver com nossa missão (cultura).
Para montar o Museu da Vergonha, na nova sede da instituição, precisarei dos livros vergonhosos e desviantes. Eles são o legado do passado sombrio da Palmares. pic.twitter.com/a57jU8ERnv
— Sérgio Camargo (@sergiodireita1) August 3, 2021
Mais de 300 livros do acervo da fundação, de autores como Antonio Gramsci, Caio Prado Jr., Celso Furtado, Eric Hobsbawm, Karl Marx, Max Weber e outros, seriam doados. "A vergonhosa submissão ao marxismo chegou ao fim. A Palmares terá um acervo totalmente renovado, digno e amplo. A instituição não é uma senzala dos comunistas!", anunciou, em outra mensagem.
Em outro tuíte, Camargo diz que a missão da intituição é "preservar e fomentar a cultura de matriz negra". "Teremos um "museu dos horrores" para que não se repitam os erros do passado", disparou.
A nossa missão institucional, defina por lei, é preservar e fomentar a cultura de matriz negra. Teremos um "museu dos horrores" para que não se repitam os erros do passado.
— Sérgio Camargo (@sergiodireita1) August 4, 2021
No final de junho, a Justiça Federal do Rio acatou uma ação popular e impediu a doação dos livros, sob multa de R$ 500 por item. A Fundação Palmares deve, ainda, passar por uma auditoria no local, pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, a padido da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).
Acompanhe todas as notícias sobre o novo coronavírus.
Acompanhe nossas transmissões ao vivo e conteúdos exclusivos no www.aratuon.com.br/aovivo. Nos mande uma mensagem pelo WhatsApp: (71) 99986-0003.