Casos de Covid saltam de 6 mil para 19 mil na Bahia pós-São João e médica alerta: número pode ser muito maior
Os casos confirmados da Covid-19 aumentaram em mais 300% no estado, segundo o ultimo boletim epistemológico da Secretária de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), publicado na quinta-feira (7/7).
A fogueira apagou, o balão já desceu e o São João acabou. Porém, um visitante não foi embora, muito pelo contrário, está cada dia mais presente após as festividades juninas na Bahia. Os casos confirmados da Covid-19 aumentaram mais de 300% no estado, segundo o último boletim da Secretária de Saúde (Sesab), publicado na quinta-feira (7/7).
Ao Aratu On, a infectologista Clarissa Cerqueira Ramos, professora da Escola Baiana de Medicina, ajudou a esclarecer o balanço pós-São João e apontou as principais orientações para o período. Dentro da lógica de aumento dos casos, Clarissa afirmou que as festividades foram, sim, o estopim para o crescimento.
"O São João é uma festa, assim como qualquer outra, tem contato e proximidade, onde se cria o cenário perfeito e mais acolhedor para a disseminação do vírus da Covid-19", apontou. Antes das viagens do período, reportagem do Aratu On já alertava para a explosão de casos, que está começando a ser sentida na prática.
EXPECTATIVAS E PROJEÇÕES DA ÁREA
No meio da infectologia, Clarissa afirma que esse crescimento já era previsto. "Já estávamos acompanhando um aumento, mas, agora, é uma elevação de três vezes mais casos. Antes, tínhamos uma variação mais controlada".
A médica ainda completou sua fala com o estado clínico dos casos atuais. "Hoje, existe uma demanda muito grande de atendimento nos prontos-socorros. Não temos uma quantidade de pacientes internados. São muitos doentes, mas nem todos graves com necessidade de internação. Devemos muito às vacinas", salientou.
Os casos saltaram de 6.125 na Bahia, no dia 23 de junho, para 19.562 confirmados na quinta-feira (7/7).
"Os números verdadeiros são muito maiores. Muitas pessoas não testam, por serem assintomáticas, ou têm sintomas leves e, por isso, recorrem apenas ao isolamento. Existem os falsos negativos e ainda têm o autoteste, que não são contabilizados pelo estado. Então, esse número é muito maior que 19 mil", afirmou Clarissa.
Boletim epistemológico/Sesab
Para o futuro, a tendência é de que ainda haja um aumento no número de casos confirmados. A expectativa, porém, é que número de mortes acompanhará a passos bem mais lentos. "A vacinação nos ajudou muito nisso, porém, com uma maior transmissão, sempre existirão mais variáveis de um caso fatal", explicou a infectologista.
NÃO É SINUSITE NEM RINITE, É COVID!!
A especialista ainda aproveitou para destacar sobre o tempo frio que vivemos. Em meio às chuvas, e a redução nos termômetros, o período do ano também movimenta uma circulação dos vírus que ocasionam as famosas "gripes".
A Covid-19 passa longe disso, mesmo que, com sintomas parecidos, diversas pessoas deixam de testar, por acreditarem que é um resfriado. "Isso prejudica a contenção do vírus, porque a pessoa tem o sintoma, acha que é um resfriado, e só vai fazer o teste depois de uma semana inteira de contaminação acontecendo", ressaltou.
Segundo a professora, sinusite e rinite não são doenças e sim processos inflamatórios. "Sinusite é o nome de um processo, que pode ser causado por qualquer vírus, dentre eles Covid-19. As pessoas pensam que a sinusite é outra doença, mas a Covid pode despertar tudo. É um risco para a sociedade, pois essa confusão leva a falta de testes e a manutenção da cadeia de transmissão".
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*Sob supervisão do editor, Jean Mendes
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