Dia Mundial de Combate à AIDS: Bahia registrou 2.304 novas infecções em 2023
No ano passado, foram registradas 2.593 novas infecções, com taxa de incidência 18 casos por 100 mil
De 1981 até hoje, 85,6 milhões de pessoas em todo o mundo já foram infectadas pelo vírus HIV, e 40,4 milhões delas morreram, segundo a Unaids. Na Bahia, acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), são 2.304 casos notificados em 2023.
O infectologista e consultor técnico do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, comenta que a pandemia de AIDS ainda existe e a síndrome pode evoluir para uma situação grave, se não diagnosticada nem tratada precocemente. "O uso do preservativo nas relações sexuais, orais, anais e vaginais, e o não compartilhamento de seringas e agulhas, continuam sendo as formas eficazes de prevenção", afirma.
O especialista também ressalta a importância de fazer testes em casos de sexo desprotegido ou de qualquer outro comportamento de risco. "Manter a segurança e a prevenção nas relações sexuais é fundamental, uma vez que esta é uma das principais formas de transmissão do vírus. Por isso, em uma situação de sexo sem proteção, o recomendado é que o indivíduo busque um posto de saúde ou um laboratório para fazer o teste". O exame, segundo o médico, deve ser realizado 28 dias após o ato sexual desprotegido.
"Após contrair o vírus, a pessoa tem o que se chama 'janela imunológica', em que não há como detectar o vírus pelos métodos diagnósticos convencionais. Isto se chama período de incubação, que pode durar, em média, quatro semanas", pontua.
O infectologista diz que, caso receba um diagnóstico para HIV/AIDS, a pessoa deve procurar um centro de referência ou especialista para avaliar o tratamento antirretroviral adequado, com os medicamentos oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "Uma vez sendo diagnosticada e tratada, a PVHA [Pessoa Vivendo com HIV/Aids] que se fizer o tratamento de forma regular terá uma vida longa como qualquer outro indivíduo. Isso porque, cada vez mais, temos novas medicações com mais eficácia, menos eventos adversos e posologia e com melhor qualidade de vida".
DADOS DA BAHIA
Dados de 2022 da Unaids apontam que 39 milhões de pessoas vivem com o vírus no mundo, e 1,3 milhões delas foram recém-infectadas. Ainda conforme a entidade, 630 mil pessoas morreram de doenças relacionadas à AIDS no ano passado.
Na Bahia, de acordo com dados da Sesab, foram notificados 2.304 casos de HIV até setembro de 2023, com uma taxa de incidência de 15 casos por 100 mil habitantes. No ano passado, foram registradas 2.593 novas infecções, com taxa de incidência 18 casos por 100 mil. O órgão estadual informou que, por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, realiza o monitoramento dos casos de HIV e AIDS, com a distribuição de insumos estratégicos voltados para prevenção e testagem da doença em todo o estado.
DIFERENÇA ENTRE HIV E AIDS
O médico Claudilson Bastos explica que o HIV e a AIDS não são iguais: o primeiro, é o vírus responsável por contagiar o organismo, e o indivíduo pode viver com ele de forma assintomática. Já a AIDS é a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, que ocorre quando o corpo desenvolve sequelas após a contaminação sem tratamento. "É importante destacar que, em ambas as situações, existe o risco de contaminação para outras pessoas, como durante as relações sexuais sem proteção", pontua.
O médico também informa que, quando o vírus quando entra em contato com o organismo, pode causar danos no sistema imunológico, causando sintomas. "Dentre eles, estão a perda de peso, diarreia crônica e monilíase oral e esofágica, que já podem indicar o quadro de AIDS. Neste momento, a pessoa apresenta baixas defesas do organismo, abrindo as portas para infecções virais, bacterianas, fúngicas ou parasitárias".
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