"Gerou estigma e não combateu problema da transmissão", diz ativista sobre orientação da OMS a homens que fazem sexo com homens
"A OMS traz um aspecto técnico, mas isso vai pro aspecto social. Esse estigma acaba tirando do conjunto da sociedade a ideia de que ela precisa se proteger", afirmou.
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que homens que fazem sexo com outros homens reduzam as relações sexuais, como possível forma de conter o avanço da varíola dos macacos (monkeypox). A orientação técnica, no entanto, não deixa de trazer, também, estigmas já conhecidos da comunidade LGBTQIAP+.
Para debater o assunto, então, a TV Aratu convidou o ativista Onã Rudá - um dos 50 LGBT+ mais influentes do Brasil -, também Colunista On, no programa Cidade Aratu desta quinta-feira (4/8).
Na ocasião, Onã ressaltou que homens que fazem sexo com homens não são exclusivamente gays ou bissexuais, e o contágio não é determinado pela orientação sexual ou identidade de gênero de ninguém. A preocupação principal da comunidade LGBT+ é que aconteça o mesmo que ocorreu com o vírus HIV na década de 1980 - cair um estigma sobre essas pessoas -.
"A OMS traz um aspecto técnico, mas isso vai pro aspecto social. Esse estigma acaba tirando do conjunto da sociedade a ideia de que ela precisa se proteger", afirmou.
"Nesse momento, há esse recorte da comunidade LGBT+, mas o que se questiona hoje, em torno da OMS, é muito técnico. Se tem um problema epidemiológico dentro de um grupo, a gente vai incidir sobre ele. A questão é que, assim como em outras campanhas, a exemplo da HIV/Aids, gerou o estigma e não combateu o problema da transmissão", pontuou Onã, destacando que, até recentemente, mulheres heterossexuais eram a maioria das contaminadas no Brasil. "Há uma oscilação do vírus entre as comunidades", completou o ativista.
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