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Gastroenterite viral: médicas apontam início de surto de doença provocada por norovírus em Salvador

A gastroenterologista Lourianne Cavalcante explica que, em maio deste ano, há relatos de um aumento nos casos de gastroenterite na capital baiana, "sugerindo um possível surto"

Por Bruna Castelo Branco

Gastroenterite viral: médicas apontam início de surto de doença provocada por norovírus em SalvadorMonstera Production/Pexels

Náusea, dor no estômago, dor de cabeça, vômito, diarreia, calafrios, febre, indisposição e desidratação. Esses são os sintomas que, nas últimas semanas, a maior parte dos pacientes que está procurando as emergências de Salvador tem relatado aos profissionais da saúde. Para quase todos os casos, o diagnóstico tem sido gastroenterite viral, que é uma inflamação do estômago e dos intestinos causada pelo norovírus ou rotavírus, transmitido de pessoa para pessoa por meio de contato físico.


A gastroenterologista Lourianne Cavalcante explica que, em maio deste ano, está havendo relatos de um aumento nos casos de gastroenterite na capital baiana, "sugerindo um possível surto". Para conter a propagação da doença, além de lavar as mãos, evitar contato com pessoas com sintomas e superfícies contaminadas e usar máscara, a médica ressalta que a população deve consumir água potável e higienizar bem os alimentos - isso porque, além de ser transmitida por vírus, a gastroenterite também pode ser causada por bactérias e parasitas.


"Embora os vírus, como o norovírus e o rotavírus, sejam causas comuns, a doença também pode ser provocada por bactérias como E. coli e Salmonella, ou por parasitas como Giardia", detalha Lourianne.


[caption id="attachment_330767" align="alignnone" width="700"] Além de ser transmitida por vírus, a gastroenterite também pode ser causada por bactérias e parasitas. | Imagem: Monstera Production/Pexels[/caption]

Os principais sintomas, como comenta a médica Ana Teresa Andrade, que já atendeu dezenas de pacientes com o diagnótico na emergência nas últimas semanas, duram, em média, de um a três dias. "Mas, os sintomas são mais presentes nas primeiras 24h. Crianças costumam apresentar alguns dias a mais", comenta.


Caso as reações sejam mais graves e incapacitantes, levando à desidratação ou febre alta, é importante correr para o médico, como aponta Lourianne:


"A pessoa deve procurar ajuda se apresentar sinais de desidratação, como boca seca, sede excessiva, diminuição da urina, febre alta, vômito ou diarreia persistentes por mais de alguns dias, presença de sangue nas fezes ou se os sintomas forem especialmente graves, afetando a capacidade de realizar atividades diárias normais".


Caso algum sintoma, mesmo que seja leve, dure mais do que duas ou três semanas, também é necessário procurar atendimento médico, como conta a gastroenterologista do Acione Leite, do Itaigara Memorial. E ela alerta: "Infelizmente, há, sim, um pequeno surto aqui em Salvador".


[caption id="attachment_330768" align="alignnone" width="700"] Para conter a propagação da doença, além de lavar as mãos, evitar contato com pessoas com sintomas e usar máscara. | Imagem: Monstera Production/Pexels[/caption]
DADOS OFICIAIS

O Aratu On entrou em contato com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e questionou se já há alguma orientação ou informações oficiais sobre o aumento de casos, mas, segundo a assessoria de comunicação da pasta, como não é uma doença "de notificação", não há registros.


A reportagem também entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) que, até a publicação desta matéria, ainda não havia enviado resposta.


Há dois anos, entre abril e maio de 2022, a cidade também registrou um surto da doença. Na época, o laboratório de virologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba) chegou a conduzir pesquisas sobre casos suspeitos e analisar amostras, concluindo que, dos 35 exames que receberam, 15 deram positivo para o norovírus.


+ Secretaria investiga aumento de casos do norovírus em Salvador; saiba mais sobre a doença


Na ocasião, o repórter Dinaldo dos Santos, do Aratu On, conversou com a infectologista Adielma Nizarala, da SMS, que confirmou que o norovírus não é de notificação obrigatória, e, por isso, o possível surto foi tratado como "rumor". "Nós, normalmente, pesquisamos a presença desse vírus circulando quando temos identificado o aumento significativo dos quadros de diarreias, e não temos observado isso nas unidades de Salvador", disse.


[caption id="attachment_330772" align="alignnone" width="700"] Para evitar a doença, é importante evitar contato com superfícies contaminadas. | Imagem: Monstera Production/Pexels[/caption]

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