Biomédica destaque no combate à Covid-19 critica fake news: 'Precisei me afastar pra não ser ameaçada'
A biomédica Jaqueline Goes participou de painel do Scream Festival sobre fake news junto com a advogada Samara Castro e o dentista e empreendedor Arthur Lima
Juana Castro
* Com Lorena Oliveira
Para discutir a desinformação na atualidade, foi realizado, no Scream Festival, o painel "Combate às fake news como política de saúde pública". O festival de paineis e palestras começou na quinta-feira (30/11) e segue nesta sexta (1/12), em três pontos no Centro Histórico de Salvador: Teatro Gregório de Mattos, Espaço Cultural da Barroquinha e no Foyer Glauber Rocha.
Na Barroquinha, o tema das fake news foi debatido na tarde desta sexta pela biomédica Jaqueline Goes, a advogada Samara Castro e o dentista e empreendedor Arthur Lima, e mediado pela jornalista Linda Bezerra. No painel, Jaqueline disse que seu trabalho na pandemia foi marcado pelas informações falsas. Ela coordenou a equipe responsável pelo sequenciamento do genoma do vírus SARS-CoV-2 48 horas após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil.
"Precisei até me afastar um pouco, também, pra não ser ameaçada, não virem em cima de mim... Envolve gente sem escrúpulo, capaz até de matar porque foi contrariada", afirmou a cientista. A biomédica pontuou que a informação falsa que mais combateu no auge da pandemia foi algo muito simples para quem trabalha com ciência. Tratava-se de explicar que o RNA mensageiro na vacina contra a Covid não integraria e modificaria o material genético da nossa celular.
Sócio e criador da plataforma AfroSaúde, que conecta pacientes e médicos, dentistas e psicólogos negros, Arthur Lima defendeu que profissionais de saúde têm a obrigação de passar informações corretas à população. "Mas estamos batendo com os grupos que têm fins políticos e comerciais", revelou o empresário. Para Jaqueline, as fake news se valem do medo coletivo do desconhecidoe e do senso de urgência do compartilhamento de notícias, sejam elas verdadeiras ou não.
TERRENO DAS FAKE NEWS
Para a advogada Samara Castro, todo mundo está sujeito a cair em fake news. Não tem a ver com escolaridade ou complexidade. "Tem muito mais a ver com o terreno, o emocional de quem está lendo, compartilhando...", disse. "Hoje, o combate à desinformação é muito mais sobre uma crença tão forte em algo que as pessoas não conseguem sair daquilo".
Samara destacou no painel que as informações falsas não são uma invenção recente. "Quem produz desinformação não quer ter razão, o intuito é apenas de gerar uma desconfiança", explicou a advogada. Segundo ela, um fator que favorece à desinformação é a desconfiansa em instituições, como os tribunais de Justiça, as universidades e o próprio governo. Dessa forma, explica Samara, o terreno se torna mais fértil para a proliferação de desinformação.
O painel, na íntegra, pode ser visto no canal do Scream no YouTube.
LEIA MAIS: Jornalismo popular é tema de painel no Scream Festival: ‘mundos colaborativos’; confira
Acompanhe nossas transmissões ao vivo no www.aratuon.com.br/aovivo. Siga a gente no Insta, Facebook e Twitter. Quer mandar uma denúncia ou sugestão de pauta, mande WhatsApp para (71) 99940 – 7440. Nos insira nos seus grupos!
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Na Barroquinha, o tema das fake news foi debatido na tarde desta sexta pela biomédica Jaqueline Goes, a advogada Samara Castro e o dentista e empreendedor Arthur Lima, e mediado pela jornalista Linda Bezerra. No painel, Jaqueline disse que seu trabalho na pandemia foi marcado pelas informações falsas. Ela coordenou a equipe responsável pelo sequenciamento do genoma do vírus SARS-CoV-2 48 horas após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil.
"Precisei até me afastar um pouco, também, pra não ser ameaçada, não virem em cima de mim... Envolve gente sem escrúpulo, capaz até de matar porque foi contrariada", afirmou a cientista. A biomédica pontuou que a informação falsa que mais combateu no auge da pandemia foi algo muito simples para quem trabalha com ciência. Tratava-se de explicar que o RNA mensageiro na vacina contra a Covid não integraria e modificaria o material genético da nossa celular.
Sócio e criador da plataforma AfroSaúde, que conecta pacientes e médicos, dentistas e psicólogos negros, Arthur Lima defendeu que profissionais de saúde têm a obrigação de passar informações corretas à população. "Mas estamos batendo com os grupos que têm fins políticos e comerciais", revelou o empresário. Para Jaqueline, as fake news se valem do medo coletivo do desconhecidoe e do senso de urgência do compartilhamento de notícias, sejam elas verdadeiras ou não.
TERRENO DAS FAKE NEWS
Para a advogada Samara Castro, todo mundo está sujeito a cair em fake news. Não tem a ver com escolaridade ou complexidade. "Tem muito mais a ver com o terreno, o emocional de quem está lendo, compartilhando...", disse. "Hoje, o combate à desinformação é muito mais sobre uma crença tão forte em algo que as pessoas não conseguem sair daquilo".
Samara destacou no painel que as informações falsas não são uma invenção recente. "Quem produz desinformação não quer ter razão, o intuito é apenas de gerar uma desconfiança", explicou a advogada. Segundo ela, um fator que favorece à desinformação é a desconfiansa em instituições, como os tribunais de Justiça, as universidades e o próprio governo. Dessa forma, explica Samara, o terreno se torna mais fértil para a proliferação de desinformação.
O painel, na íntegra, pode ser visto no canal do Scream no YouTube.
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