Caso Henry: polícia indicia Jairinho e Monique por tortura e homicídio
Casal responderá por homicídio qualificado com tortura e recurso.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu na tarde desta segunda-feira (3/5) a investigação envolvendo o assassinato de Henry Borel. A mãe do garoto, Monique Medeiros e o padrasto, o vereador Dr. Jairinho (sem partido), foram indiciados por homicídio duplamente qualificado com emprego de tortura e recursos que dificultaram a defesa da vítima.
Monique e Jairinho eram representados pelos mesmos advogados, no entanto, a professora decidiu trocar de advogados e a partir daí passaram a solicitar que ela prestasse novo depoimento à polícia. Com a conclusão do inquérito, Monique não será ouvida pela segunda vez na delegacia, como havia sido solicitado por sua nova defesa.
Os investigadores pediram a prisão preventiva do casal. Eles estão cumprindo prisão temporária de 30 dias, desde o dia 8 de abril, determinada pelo 2º Tribunal do Júri, por suspeitas de atrapalhar as investigações e ameaçar testemunhas.
Nesta segunda, Henry completaria 5 anos. Em carta enviada a familiares, divulgada pelo Fantástico, Monique disse que Jairinho é um “homem ruim, doente, psicopata e esquizofrênico”.
O inquérito foi enviado para o Ministério Público, que vai decidir se denuncia o casal pelos mesmos crimes ou não.
ENTENDA O CASO
Henry Borel, de 4 anos, havia passado o final de semana com o pai, o engenheiro Leniel Borel de Almeida. Por volta das 19h, ele deixou a criança no condomínio onde morava a mãe do menino, Monique Medeiros, que havia se mudado para viver com o novo namorado, Dr. Jairinho, com quem começou um relacionamento em outubro de 2020.
Câmeras de segurança registraram a chegada do garoto, sem nenhum problema de saúde aparente. De acordo com as investigações, na madrugada do dia 8, Jairinho e Monique levaram o menino ao Hospital Barra D'Or, na Barra da Tijuca, onde relataram que a criança apresentava dificuldade respiratória. O casal então ligou para o pai do garoto para relatar o ocorrido.
Leniel foi, então, até a unidade de saúde e encontrou os médicos tentando reanimar a criança. Orientado pelos profissionais do hospital, o pai do menino abriu uma ocorrência na 16ª DP para entender o que aconteceu com o filho. A morte do menino ocorreu ainda no dia 8.
O laudo da necropsia de Henry indicou sinais de violência e a causa da morte foi hemorragia interna e laceração hepática causada por uma ação contundente.
Além da morte de Henry, o delegado Henrique Damasceno ouviu diversas testemunhas, dentre elas, ex-namoradas de Jairinho e a ex-mulher. O parlamentar é suspeito de agressões e violência doméstica.
A polícia também apreendeu nesta quinta-feira o celular da babá do menino. Os investigadores suspeitam que ela tenha mentido sobre os conhecimentos de agressões contra Henry Borel e periciaram o aparelho.
Após o crime, ocorrido em 8 de março, o vereador ligou para um alto executivo da área de saúde para tentar impedir que o corpo de seu enteado fosse encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) e para o governador Claudio Castro (PSC).
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