Inflação de setembro em Salvador é a maior dos últimos 21 anos; média brasileira foi ainda maior
Mesmo batendo recordes, a capital baiana ainda teve um desempenho melhor que a média do Brasil, de 1,14% - o maior para um mês de setembro desde o início do Plano Real, em 1994.
Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou em 0,89% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Esse foi o maior resultado para esse mês desde o ano 2000, quando o órgão começou a contabilizar esse dado.
O IBGE alerta que, pela segunda vez consecutiva, o índice mostrou aceleração em relação ao mês anterior (havia sido de 0,85% em agosto e 0,74% em julho). Mesmo batendo recordes, a capital baiana ainda teve um desempenho melhor que a média do Brasil, de 1,14% - o maior para um mês de setembro desde o início do Plano Real, em 1994. Salvador registrou a 2º menor variação entre as 11 capitais pesquisadas.
O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 14 de agosto e 14 de setembro. No acumulado de janeiro a setembro de 2021, Salvador e região metropolitana acumulam 6,67% de aumento. Segue abaixo do índice do Brasil como um todo (7,02%), mas já é o maior acumulado anual desde 2016 (contabilizando de janeiro a dezembro nos outros anos).
Já nos 12 meses encerrados em setembro, o índice acumula alta de 9,08% na RM Salvador, mantendo importante aceleração frente ao acumulado nos 12 meses encerrados em agosto (8,31%). Continua, porém, abaixo do indicador nacional, que cruzou a barreira dos dois dígitos e ficou em 10,05%, e segue como o 3o mais baixo entre as áreas pesquisadas separadamente.
VILÕES
Em setembro, todos os grupos de produtos e serviços tiveram alta na RMS, mas o destaque ficou por conta dos transporte (1,48%) e da habitação (1,18%). Todos os nove grupos de produtos e serviços que formam o índice registram crescimento, algo que não acontecia há mais de cinco anos - foi registrada pela última vez em maio de 2016.
A principal pressão inflacionária na prévia de setembro veio do grupo transportes. As passagens aéreas aumentaram, em média, 39,59%, a maior alta dentre todos os produtos e serviços pesquisados para formar o IPCA-15. Os automóveis usados (1,93%) também tiveram contribuição relevante para o índice.
Os custos de moradia exerceram a segunda maior influência, especialmente por conta da energia elétrica (que aumentou 2,52%) e do gás de botijão (1,96% mais caro. Em terceiro lugar, ficou o grupo vestuário (2,66%), com aumentos tanto nas roupas (2,69%) quanto nos calçados e acessórios (2,96%).
Já os preços dos alimentos, embora tenham se mantido em alta, desaceleraram de forma importante frente a agosto, ou seja, aumentaram menos. Enquanto em agosto esse setor ficou 1,09% mais caro, o aumento de setembro foi "apenas" de 0,44% frente ao mês anterior.
Itens importantes do dia a dia, como o café moído (12,95%) e o frango inteiro (4,95%), estiveram entre as principais pressões de alta na prévia da inflação de setembro. Do outro lado, barateram a cebola (-17,70%), o lanche fora de casa (-1,43%) e o arroz (-2,71%).
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