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Avião chinês que caiu "de bico" no mar fez isso por ordem de piloto, aponta caixa-preta

As informações trazidas da caixa preta recuperada sugerem que um dos pilotos inseriu os dados que fizeram o avião mergulhar.

Por Da Redação

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Os dados obtidos pela caixa preta do avião da China Eastern Airlines, que matou 132 pessoas após uma queda de bico em março, indicam que houve um comando intencional de dentro da cabine que ocasionou a queda do avião, segundo o The Wall Street Journal. O Boeing 737-800 estava viajando em alta altitude quando de repente caiu em uma posição quase vertical, chocando-se contra uma montanha em grande velocidade.


Os dados do voo, monitorado ao vivo elo site Flightradar24, mostram que a aeronave cortou o ar a 966 quilômetros por hora - número próximo a velocidade do som. As informações trazidas da caixa preta recuperada sugerem que um dos pilotos inseriu os dados que fizeram o avião mergulhar.


Fontes ouvidas pelo jornal americano disseram que a aeronave estava em alta altitude quando caiu em uma espiral e colidiu com o lado de uma montanha. “O avião fez o que foi mandado por alguém na cabine”, disse a fonte, após a análise da caixa preta pelas autoridades americanas.


O relatório preliminar da investigação chinesa sobre a queda, divulgado em abril, aponta que os pilotos deixaram de responder aos controladores de voo logo após a primeira perda de altitude. O documento também não apontou falhas no Boeing 737-800. Após a divulgação dos dados da caixa preta, o rumo da investigação deve mudar.


Antes, cogitava-se a hipótese de falha mecânica da aeronave, que não é totalmente descartada, mas o foco principal das investigações serão os pilotos. Também não é descartada a hipótese de algum passageiro ter invadido a cabine e o derrubado deliberadamente. 


O acidente lembra o ocorrido em maio de 2018, com um avião da Malasian Airlines. Na época, 239 passageiros morreram e a hipótese mais aceita é de que um dos pilotos tenha cometido suicídio e assassinato em massa.


 


 




RELEMBRE


O avião, com 132 pessoas a bordo, caiu perto da cidade de Wuzhou, na região de Guangxi, no sul da China. A aeronave fazia a rota entre as cidades de Kunming para Guangzhou. Todos os passageiros e tripulantes morreram.


As investigações, no entanto, podem demorar um pouco para concluir quais foram as causas e fatores que contribuíram para o acidente. No entanto, os Boeing 737-800 voltaram a voar na China, depois de terem ficado cerca de um mês sem decolar no país. O modelo é um dos aviões comerciais mais vendidos do mundo. No Brasil, a maioria dos 90 aviões da frota da Gol são deste modelo.


O voo partiu de Kunming às 13h11 locais (02h11 pelo horário de Brasília), mostraram os dados do FlightRadar, e deveria pousar em Guangzhou às 15h05 (04h11). O avião estava voando a uma altitude de 29.100 pés às 03h20 pelo horário de Brasília. Pouco mais de dois minutos e 15 segundos depois, os dados mostraram que havia descido para 9.075 pés. Em mais 20 segundos, sua última altitude rastreada foi de 3.225 pés, indicando uma descida vertical de 31.000 pés por minuto, segundo o Flightradar.


Os dados meteorológicos disponíveis online mostraram condições parcialmente nubladas com boa visibilidade em Wuzhou no momento do acidente. O presidente chinês, Xi Jinping, pediu aos investigadores que determinem a causa do acidente o mais rápido possível e garantam a segurança “absoluta” da aviação, informou a CCTV.


O modelo 737-800 tem um bom histórico de segurança e é o antecessor do modelo 737 MAX, que está parado na China há mais de três anos após acidentes fatais em 2018, na Indonésia, e em 2019, na Etiópia. Os investigadores tentarão recuperar as duas caixas pretas do avião – o gravador de dados de voo e o gravador de voz da cabine – para ajudar a esclarecer o acidente.


De acordo com a Aviation Safety Network, o último acidente fatal com jato na China foi em 2010, quando 44 das 96 pessoas a bordo morreram quando um jato regional Embraer E-190 da Henan Airlines caiu na aproximação ao aeroporto de Yichun, que estava com baixa visibilidade.


Em 1994, um Tupolev Tu-154 da China Northwest Airlines que voava de Xian para Guangzhou caiu, matando todas as 160 pessoas a bordo e classificando-se como o pior desastre aéreo da China, de acordo com a Aviation Safety Network.


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