Política

Líder do governo na Câmara, Ricardo Barros entra para lista de investigados na CPI da Pandemia

Conforme dados apurados pela CPI, há indícios da participação de Barros, ou de pessoas ligadas a ele, em esquemas de negociação de imunizantes contra a Covid-19.

Por Da Redação

Líder do governo na Câmara, Ricardo Barros entra para lista de investigados na CPI da Pandemia reprodução/Câmara dos Deputados

O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) e líder do governo na Câmara, foi incluído, nesta quarta-feira (18/8), na lista de investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado. Na prática, a mudança de condição do deputado, significa que o colegiado concluiu que pode haver indícios de crimes envolvendo o parlamentar.


A informação sobre a inclusão do nome de Barros foi dada pelo relator do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Segundo ele, o deputado será investigado pelo "conjunto da obra".


"Estamos agregando o nome dele aos nomes já investigados em função dos óbvios indícios de sua participação nessa rede criminosa que tentava vender vacina através de atravessadores, comprometendo muitas vezes setores da sua própria família e fazendo com que o país perdesse oportunidade de comprar vacinas na hora certa, vacinas que salvariam vidas", afirmou Calheiros.


Conforme dados apurados pela CPI, há indícios da participação de Barros, ou de pessoas ligadas a ele, em esquemas de negociação de imunizantes contra a Covid-19, sendo um deles, a vacina indiana Covaxin, da Bharat Biotech. Em fevereiro deste ano, o governo federal fechou um acordo de R$ 1,6 bilhão para comprar 20 milhões de doses da vacina, a R$ 80,70 cada. O valor foi um dos mais elevados na comparação com outros.


“A comissão parlamentar de inquérito tem notícia de outras pessoas que negociaram vacinas com o Ricardo [Barros] e que foram mandadas para o Roberto Ferreira Dias”, ressaltou Calheiros. Dias foi diretor de Logística do Ministério da Saúde à época em que essas negociações estavam em curso. Segundo denúncias feitas à CPI, o ex-diretor teria pedido propina de US$ 1 por dose do imunizante AstraZeneca. Após a denúncia, Roberto Dias, que nega as acusações, foi exonerado do cargo. Ricardo Barros também negou as acusações em depoimento ao colegiado.


Apesar de ainda não ter descartado completamente a possibilidade de um novo depoimento de Barros, Renan Calheiros disse que ainda não há data para a oitiva. 


LEIA MAIS: NA BRONCA: Rui Costa vai ingressar com ação no STF para obrigar Ministério reequilibrar distribuição de vacinas


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