Política

Lula pede ‘investigação rigorosa’ do assassinato de Mãe Bernadete; Jerônimo garante ‘firmeza’

A líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, Yalorixá e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho foi assassinada na noite desta quinta-feira

Por Matheus Caldas

Lula pede ‘investigação rigorosa’ do assassinato de Mãe Bernadete; Jerônimo garante ‘firmeza’Redes Sociais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou aguardar “investigação rigorosa” da morte da líder quilombola Mãe Bernadete, assassinada na noite desta quinta-feira (17/8), no quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.


Pelas redes sociais, Lula prestou condolências pela morte da religiosa. Ele reiterou que o governo federal enviou representantes dos ministérios da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e Cidadania à Bahia, para reforçar a necessidade de investigações rigorosas sobre o caso.


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Pelo Twitter, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) se manifestou no fim da noite de quinta. Ele disse que as polícias Civil e Militar devem ser “firmes na investigação”. O político classificou Mãe Bernadete como “amiga e grande liderança quilombola da Bahia”.


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Os ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, também se manifestaram nas redes sociais.


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Em uma longa publicação no Twitter, Anielle classificou o assassinato como "covarde" e relembrou que, em julho deste ano, teve um encontro com a líder religiosa: "É muito doloroso ver nosso povo sendo levado de formas tão cruéis, por crimes motivados também por ódio".


https://twitter.com/aniellefranco/status/1692540015300018201

Considerada uma das principais líderes da luta quilombola no país, Bernadete foi secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho na gestão do então prefeito Eduardo Alencar (PSD), irmão do senador Otto Alencar (PSD).


Com influência política no segmento, ela se reuniu em julho com a presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, na comunidade Quingoma, em Lauro de Freitas. Na ocasião, afirmou que era ameaçada por fazendeiros, segundo o jornal Folha de S. Paulo.


"É o que nós recebemos, ameaças. Principalmente de fazendeiros, de pessoas da região. Hoje eu vivo assim, que não posso sair que eu estou sendo revistada. Minha casa é toda cercada de câmeras, eu me sinto até mal com um negócio desse".


Representante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Denildo Rodrigues, disse que a Yalorixá foi assassinada pelo mesmo grupo responsável pelo morte do seu filho, Binho, em 2017.


Em entrevista à Agência Brasil, Denildo disse que as lideranças das comunidades quilombolas e terreiros de Simões Filho são ameaçadas permanentemente por grupos ligados à especulação imobiliária, interessados em ocupar os territórios. "Ela sabia e a Justiça sabia que quem mandou matar Binho tava lá, perto da comunidade. Só que não deu nada. Ela nunca ficou quieta. Agora foi silenciada. Muito triste para nós", lamentou.


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