Saúde

Dia de Combate ao Fumo: consumo de cigarro entre gestantes no Brasil quase dobra, diz INCA

Além disso, mulheres grávidas fumam 50% mais cigarro eletrônico do que não gestantes; veja como parar de fumar

Por Da Redação

Dia de Combate ao Fumo: consumo de cigarro entre gestantes no Brasil quase dobra, diz INCAReprodução/Freepik

Hoje, 29 de agosto, é o Dia Nacional de Combate ao Fumo. No Brasil, o consumo de cigarro, seja eletrônico ou comum, entre as gestantes vem crescendo ano a ano. É o que mostra uma pesquisa feita pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA): de 2013 até 2019 o número de grávidas que fumam praticamente dobrou, com o percentual indo de 4,7% para 8,5%.


O aumento fez com que o número de mulheres grávidas fumantes superasse o de mulheres fumantes que não estão gestantes, que registrou 8,4%. O levantamento, divulgado nesta quinta-feira (29), é fruto de uma parceria entre o INCA com profissionais da Escola de Saúde Pública da Johns Hopkins Bloomberg, nos Estados Unidos.


Os efeitos do consumo de cigarro na gravidez vão de baixo peso do feto até o descolamento prematuro da placenta, o que pode aumentar o risco de mortalidade fetal e infantil, segundo publicação científica na Revisão de Saúde Pública.


Outro dado que chama a atenção: segundo a pesquisa, mulheres grávidas consomem 50% mais cigarros eletrônicos, ou vapes, comparado às não gestantes.


AUMENTO DO CONSUMO DE VAPE


Considerando o período de 2010 até 2023, o consumo de tabaco pela população em geral no país caiu cerca de 35%, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).


Enquanto isso, uma pesquisa do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) apontou que o consumo de cigarro eletrônico no Brasil, ou vape - apesar de não ser regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) -, teve um aumento de 600% em relação entre 2018 e 2023, com o público consumidor indo de 500 mil a 2,9 milhões de brasileiros.


A pesquisadora Camila Marchioni, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), responsável por coordenar um estudo que encontrou substância parecida com a anfetamina em cigarros eletrônicos no Brasil, disse que os produtos vendidos por aqui "não passam por qualquer controle de qualidade" por serem ilegais.


Fora o debate no âmbito da Anvisa, tramita no Senado Federal o Projeto de Lei (PL) 5008/2023, de autoria da senadora Soraya Thronicke, que permite a produção, importação, exportação e o consumo dos cigarros eletrônicos no Brasil.


Com um alto número de pessoas que consomem cigarros eletrônicos, a falta de regulamentação e o aumento do consumo irregular preocupam as autoridades.


Cerca de 83 países permitem a venda de cigarros eletrônicos, com prévia regulamentação da distribuição e composição dos dispositivos. A OMS afirma que é preciso tratar esses produtos da mesma forma que o cigarro normal, com adoção de medidas de controle e proibição dos dispositivos que tenham sabor.


Outro estudo feito pelo Instituto do Coração mostra que os vapes podem ter até seis vezes mais nicotina do que os cigarros comuns. Lembrando que a substância é a quinta mais viciante do mundo, atrás dos barbitúricos, álcool, cocaína e heroína, segundo um estudo coordenado pelo neuropsicofarmacologista inglês David Nutt em 2014.


LEIA MAIS: Médica explica a síndrome dos ovários policísticos, que atinge até 10% das mulheress em idade reprodutiva


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