Serviço

Caps AD oferece tratamento a dependentes de álcool e drogas em Salvador

As duas unidades na capital baiana atuam no cuidado de pessoas imersas na dependência do álcool e de outras drogas. Além da unidade em Pernambués, que funciona de segunda à sexta, a unidade de Jardim Santo Inácio funciona 24 horas por dia.

Por Da Redação

Caps AD oferece tratamento a dependentes de álcool e drogas em SalvadorBruno Concha/Secom

Com intuito de cuidar de pessoas imersas na dependência do álcool e de outras drogas, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), oferece à população as unidades do Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e outras Drogas (Caps AD), que integram a rede de atenção psicossocial do município.


Em Salvador, existem dois espaços: O centro Gey Espinheira, localizado no Jardim Santo Inácio, que funciona 24 horas, com internações e atendimentos ambulatoriais. E também a unidade de Pernambués, localizada na Rua Conde Pereira Carneiro, 271, que abre das 8h às 17h, de segunda a sexta, para realizar consultas e terapias com uma equipe multi e interdisciplinar de profissionais.


Na unidade de Pernambués atuam profissionais de diversas áreas, entre terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, clínicos, psiquiatras, equipe de enfermagem completa, apoiador técnico, farmacêuticos, administrativo, cozinheira, serviços gerais e agentes da Guarda Civil Municipal (GCM). 


Os pacientes matriculados e em situação de vulnerabilidade recebem refeições diárias. Os técnicos realizam a avaliação, verificam a necessidade do paciente e oferecem lanche e almoço. Cerca de 50 refeições são distribuídas diariamente. 


Há 12 anos realizando tratamento no Caps Ad de Pernambués, o eletricista Luiz de Souza, de 49 anos, falou sobre a importância dos serviços oferecidos no local. “Cheguei aqui muito mal, com grandes transtornos mentais e dependência química. Eu fiquei doente de uma hora para outra e aqui recebi todo apoio possível. Nesse lugar me sinto acolhido, o ambiente é maravilhoso e essencial para minha vida. Conto com isso aqui para sobreviver”, contou. 


REDUÇÃO DE DANOS 


De acordo com dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 46 milhões de pessoas no país consomem álcool diariamente, correspondendo a quase 30% da população. Dentre elas, 26 milhões têm predisposição a algum tipo de dependência. Conforme o levantamento, 70% desse público são homens e 30% mulheres. A pesquisa apontou ainda que 10% da população sofre de alcoolismo. 


Diante desse quadro, a coordenadora do Caps AD Pernambués, Jamile Oliveira, disse que o local preza pelo cuidado, prestando um serviço de empoderamento social e saúde dos usuários. “A lógica da redução de danos é de extrema importância. O trabalho realizado é com o objetivo de prezar pela vida do usuário. Entendemos que cada um traz uma história de uso diferente e atuamos a fim de mostrar as repercussões do uso dessas substâncias”, afirmou.


Segundo ela, os pacientes precisam de um ambiente de ressocialização, para que se sintam úteis e capazes e se tornem usuários em reabilitação, sem estereótipos. “Os estigmas existem, mas atuamos para o controle do uso, dando o apoio necessário para que o dependente possa perpassar pelos ambientes sociais, sem nenhum tipo de preconceito”, explicou. 


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MOTIVAÇÃO


O atendimento acontece por demanda espontânea e aberta. A família deve fazer o suporte de encorajamento e atuar em conjunto com a equipe. Essa interação repercute, diretamente, no processo de cuidar e na adesão dessas pessoas. Atualmente, a unidade de Pernambués tem 3.475 usuários cadastrados, sendo 345 deles com matrícula ativa. 


Por força da pandemia, houve um crescimento expoente do número de dependentes, assim como a mudança no perfil. Ainda hoje, o público é majoritariamente negro, masculino, de baixa renda, em processo de vulnerabilidade social. 


Entretanto, há um aumento significativo de pacientes do sexo feminino, em diferentes perfis econômicos. Foi registrado um índice de 24% a mais de mulheres sendo atendidas no local, desde 2020. A coordenadora explica que o isolamento imposto pela crise sanitária ampliou a demanda de ingestão de álcool e outras drogas. 


ACOLHIMENTO


O Plano Terapêutico Singular (PTS) delimita o período de tratamento, de acordo com a especificidade do paciente. Após o acolhimento e atendimento multidisciplinar, o PTS é formulado, conforme o perfil do usuário. O tratamento não tem prazo para finalização. 


A alta no atendimento é dada a partir da análise e entendimento dos profissionais, de que há um controle do consumo de álcool e drogas. Existem pacientes que são acompanhados na unidade há mais de 13 anos.


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