Cauã Reymond, Sabrina Sato e Tiago Abravanel estão investindo na Bahia; é um bom negócio virar franqueado dos famosos?
Mercado de franquias cresce no Nordeste e famosos podem atrair clientela, mas nem as celebridades salvam marcas com serviço ou atendimento ruins do fracasso
Quem dizia que celebridades só andavam no eixo Rio-São Paulo já pode repensar essa ideia. Nos últimos anos, famosos como Cauã Reymond, Sabrina Sato, Tiago Abravanel e Carlinhos Maia, além de passearem bastante por aqui, passaram a vir para a Bahia como investidores ou embaixadores de grandes marcas.
O ator Cauã Reymond chegou aqui como sócio da Biosphere Essence, empreendimento imobiliário baseado em um conceito de moradia inspirado no estilo de vida do artista. A apresentadora Sabrina Sato investiu na franquia de cafeteria Splash Bebidas Urbanas, recém-chegada na capital baiana.
A marca Nanica, especializada em banoffee, que tem o artista Tiago Abravanel como um dos investidores, também está em Salvador. E, falando em comida, a rede de hamburguerias The B-Burgers, do influenciador Carlinhos Maia, tem espalhado o rosto do criador de conteúdo pela cidade.
Os ramos escolhidos são variados: tem academia, cafeteria, clínica de depilação a laser, restaurante, açougue, loja de móveis e até centro cultural.
Por que a Bahia?
Em entrevista ao Aratu On, o professor de Administração e Marketing da Universidade Salvador Martinho Nery Filho explicou que quem traz essas franquias para a capital baiana não são as celebridades, e sim os empresários locais. "Franquia é um modelo de negócios que já vem pronto. Essas pessoas, na verdade, não estão investindo em Salvador. São empresários baianos que estão investindo nas franquias", contou Martinho.
No final das contas, essas celebridades, como pontuou o professor, não são as únicas donas das empresas, e, sim, sócias. "Essas pessoas emprestam a sua imagem, ou entram como sócias da franquia master. Xuxa, por exemplo, tem uma participação na Espaço Laser, que tem unidades em Salvador. Carlinhos Maia comprou uma participação na franquia master, Tiago Abravanel também".
Os famosos podem ser um sinal positivo para as marcas pelo cuidado que eles têm com a própria imagem e os rostos conhecidos podem atrair o interesse dos clientes pelos serviços oferecidos pelas franquias. Mas, o professor alerta que ter essas personalidades como sócias não garante sucesso imediato: se o serviço ou o atendimento forem ruins, não tem celebridade que segure a insatisfação do consumidor.
Mas, por que a Bahia? Por que o Nordeste? O professor da Unifacs explica: "O mercado nordestino tem um potencial gigantesco. O mercado do Sul e Sudeste está em um processo crescente de saturação. No Nordeste, você tem espaço para crescer". Segundo ele, de 2021 para 2022, foi registrado um crescimento de quase 15% das franquias na região. "É um número muito grande, estamos falando de R$ 32 bilhões de lucro".
Quero abrir uma franquia na minha cidade, o que eu faço?
Especialista em pequenos negócios do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Fabrício Barreto diz que, antes de pensar em abrir uma franquia, é importante pesquisar se esse negócio é viável no local em que você mora.
"Sempre que você for analisar qualquer tipo de operação e oportunidade, mesmo como franquia, você precisa primeiro ver qual é a performance dessa marca", afirma Fabrício. Segundo ele, é necessário analisar a proposta, o plano de desenvolvimento da marca e a estratégia para a região. "A vantagem é que, com uma franquia, você já entra trazendo um modelo de negócio pronto e uma visibilidade, mas, tem que fazer um estudo para saber se essa marca está bem e vai ser bem aceita".
Antes de decidir se associar a alguma marca, é importante também visitar outras unidades da empresa. É uma cafeteria? Vai lá, toma um café. Uma academia, um espaço cultural? Precisa conhecer o atendimento antes. Outro passo necessário é analisar o investimento que você precisará fazer logo de cara, que vai muito além da taxa da franquia.
Ou seja: é necessário ter mais do que a taxa da franquia, valor que o interessado deve investir para se associar à marca, em caixa para conseguir dar início ao negócio, como alerta Fabrício. "Tem um capital de giro que você vai precisar ter para que essa operação comece a funcionar". O especialista explica que é preciso ter capital de giro para um prazo longo para que ele tenha fôlego até conseguir atingir um ponto de equilíbrio.
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