CEO da empresa responsável por shows de Taylor Swift no Brasil se pronuncia 6 dias após morte de fã: 'Desolados'
Em vídeo, Serafim Abreu, CEO da empresa, disse que a produtora entende a responsabilidade que assume ao promover um show de grande porte como o de Taylor Swift
A Time For Fun (T4F), empresa responsável por realizar os shows da turnê "The Eras Tour", de Taylor Swift, no Brasil, publicou, pela primeira vez, um pronunciamento em vídeo sobre a morte de Ana Clara Benevides, que morreu no primeiro show da cantora no Rio de Janeiro, no dia 17 de novembro.
A jovem de 23 anos faleceu após desmaiar durante a segunda música da artista. Nesse mesmo dia, cerca de 1.500 fãs que estiveram no Estádio Nilton Santos, segundo informações do Corpo de Bombeiros, sofreram desmaios devido à sensação térmica do local, que atingiu 60ºC.
Em vídeo, Serafim Abreu, CEO da empresa, disse que a produtora entende a responsabilidade que assume ao promover um show de grande porte como o de Taylor Swift, e afirmou que a Time For Fun não economiza "esforços e recursos para seguir sempre as melhores práticas mundiais do setor para garantir conforto e segurança a todos".
Porém, fãs que estiveram na apresentação da última sexta-feira (17/11) alegam o contrário: além da sensação térmica elevada, as áreas de ventilação do Engenhão foram tampadas por tapumes pela organizadora, que também impediu que o público entrasse no local com garrafas de água. Como o campo do estádio estava coberto por chapas metálicas, dezenas de pessoas que estiveram presentes nos dias 17 e 18 de novembro — data em que o show foi cancelado quando já estava prestes a começar — sofreram queimaduras de até segundo grau e precisaram receber atendimento médico.
No pronunciamento, o CEO falou sobre as altas temperaturas: "Ainda assim, enfrentamos dias de calor extremo no Rio de Janeiro, com uma sensação térmica altíssima e sem precedentes. Sim, reconhecemos que poderíamos ter tomado algumas ações alternativas, adicionais a todas as outras que fizemos".
[caption id="attachment_268588" align="alignnone" width="888"] Ana Clara Benevides morreu após passar mal durante show no Rio de Janeiro no dia 17 de novembro. | Foto: Redes Sociais[/caption]
Na sequência, Serafim listou supostas ações que a T4F tomou durante os shows do Rio de Janeiro, como a autorização para entrar no estádio com copos de água e a criação de espaços cobertos na fila, e deixou um pedido de desculpas: "De qualquer forma, quero, aqui, pedir desculpas a todos que não tiveram a melhor experiência possível. Entregar o melhor evento sempre será o nosso compromisso. Também peço desculpas pela demora em realizar essa manifestação pública, pois o nosso foco estava em incorporar os aprendizados que tivemos".
O CEO também mencionou a morte de Ana Clara Benevides que, de acordo com a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, morreu de parada cardiorrespiratória. "Infelizmente, pela primeira vez em 40 anos de atuação, tivemos uma fatalidade em um evento organizado pela Time For Fun. Estamos absolutamente desolados, muito tristes com a perda da jovem Ana Clara".
No vídeo, Serafim também disse que a empresa está disposta a prestar assistência "no que for necessário" à família da vítima. "Entendemos a profunda dor dessa perda irreparável". O pronunciamento completo também foi publicado em texto no site da Time For Fun.
Assista ao vídeo na íntegra:
https://twitter.com/t4f/status/1727666568501285038
MORTE DE ANA CLARA
Um laudo, feito a partir de um exame necroscópico no IML do Rio de Janeiro, apontou pequenas hemorragias no pulmão Ana Clara Benevides, de 23 anos, que morreu durante o show da cantora Taylor Swift realizado na última sexta-feira (17/11), no Estádio Nilton Santos.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Exames toxicológicos e o exame histopatológico foram solicitados para que seja possível determinar o que pode ter causado a evolução dos sintomas.
Segundo a delegada Juliana Almeida, responsável pelo caso, há diversos fatores que causam hemorragia no pulmão, por isso, é necessário aguardar os resultados dos exames para determinar a real causa da morte.
“Calor, insolação e desidratação são alguns desses fatores, mas sem o resultado dos exames, não temos como afirmar que seja isso. Agora, é prematuro afirmar que a Ana Clara morreu por hipertermia [excesso de calor]. Se tudo der negativo, poderemos chegar à conclusão de que foi por causa do calor”, pontua.
Os resultados devem ser entregues em até 30 dias, de acordo a delegada. O corpo da jovem já foi liberado e todo o material necessário para a realização dos exames complementares foram coletados.
GOVERNO FEDERAL
O governo federal publicou, nesta quarta-feira (22/11), a portaria que obriga a distribuição gratuita de água em shows, festivais e quaisquer eventos de grandes proporções realizados em dias de calor, com altas temperaturas. A medida foi pensada após a morte de Ana Clara Benevides, que passou mal durante um show da cantora Taylor Swift, no Rio de Janeiro.
Segundo a portaria, a organização dos eventos deverá garantir o acesso gratuito de garrafas de uso pessoal, contendo água para consumo. Os produtores também deverão disponibilizar bebedouros ou realizar distribuição de embalagens com água para consumo, mediante a instalação de “ilhas de hidratação”, sem custo adicional ao consumidor.
O texto estabelece ainda que os eventos deverão conter espaço físico e estrutura necessária para assegurar o rápido resgate de espectadores, em caso de intercorrências relacionadas à saúde e demais situações de perigo.
A portaria foi assinada pelo Secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, e tem validade de 120 dias. Na justificativa, o secretário afirmou que a obrigação tem como objetivo atender às necessidades e proteger a saúde e segurança dos consumidores em eventos especialmente expostos ao calor, em períodos de alta temperatura.
A medida já havia sido anunciada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, no último sábado (18/11), um dia após a morte de Ana Clara. A jovem, de 23 anos, passou mal devido à alta temperatura no dia do show, que chegou a 41ºC, e não resistiu depois de sofrer duas paradas cardiorrespiratórias. Ela foi enterrada na terça-feira (21/11), no Mato Grosso do Sul.
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